segunda-feira, 11 de junho de 2012

Um pouco de Carlitos

Dizem por aí que apesar de toda a sensibilidade artística de Charles Chaplin, ele tinha um lado negro no que se referia a violência doméstica. Dizem por aí. Eu não sei, pois nunca li nada a respeito nem procurei ler. Fato é que agora estou lendo uma revista de 1965, na qual é citado um trecho da autobiografia de Charles Chaplin. Tal obra, o artista mais completo que o mundo já conheceu dedica à Oona, ou seja, Oona O’Neil, a mãe de oito dos seus dez filhos até então. Ali tem um trecho no qual ele fala da seguinte maneira sobre a sua esposa: “Na convivência com Oona não cesso de apreciar, através de novas revelações, a profundidade e a beleza de seu caráter. Até quando ela vai à minha frente, pelas calçadas estreitas de Vevey, com ar tão simples e digno, a sua harmoniosa figura erecta, os negros cabelos puxados para trás e mostrando alguns fios de neve, desaba sobre mim uma onda de amor e de admiração por tudo que ela é... e sinto um aperto na garganta. No gozo de tal felicidade, sento-me às vezes em nosso terraço, ao crepúsculo, e com o olhar a se estender a vasta pradaria verde, contemplo o lago e, além do lago as montanhas tranqüilizantes; então, sem nada a pensar, alheio a tudo, entrego-me a essa magnífica serenidade.” Mesmo com tanta serenidade, muitos dos que conviveram com Carlitos disseram que se tratava de uma personalidade tirânica, áspera, mesquinha, autoritária e despótica. Seja como for, quem sabe Oona desarrochou no artista um lado mais parecido com aquele de “Luzes da Ribalta”.

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