Coisa incrível: em 1965 o Brasil discuti sobre a obrigatoriedade da dublagem de filmes a serem apresentados em salas de cinema. Àqueles que eram a favor alegavam que, dublados, os filmes teriam uma melhor compreensão da população e, ao mesmo tempo, criariam novos campos de trabalho para os artistas nacionais; o que é verdade.
Àqueles contra a dublagem, alegavam que os filmes dublados teriam prejuízos sociais e culturais, já que a língua e os sotaques são alguns dos componentes fundadores de uma película. Isso também é verdade.
Não sei bem até onde foi esse quiprocó, mas fico feliz que não tenha vencido a lei da obrigatoriedade da dublagem. Hoje no Brasil os principais filmes blockbuster são lançados em salas de cinema tanto dublados quanto legendados, agradando a todos os públicos. Eu, de minha parte, não gosto de filmes dublados, mas reconheço que há uma melhor absorção da estética do trabalho cinematográfico quando não há a necessidade de acompanhar legendas. Seja como for, quando morei na Espanha, país que lança filmes em cinema já dublados, fiquei horrorizado em ver filmes assim e espero que no Brasil siga havendo opções das duas maneiras de se ver filme, afinal, como dizem os próprios espanhóis: para gustos hay colores.
Cinéfilo Parasita
Como um filme pode atingir a uma pessoa? De diversas maneiras. Eu fui atingido por um vício de ver mais e mais filmes e ao vê-los é inevitável querer analisá-los. Antes de tudo, senti-los. Sentindo-os, as vezes fico com uma vontade inevitável de escrever algo sobre eles.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Importâncias da Telenovela para a Cultura Brasileira

Um pouco de Carlitos

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
É bom ver filmes relacionados a Música
Em termos de música, algo que faz muita diferença é saber a história da canção. As vezes a melodia tem uma história diferente da letras, outras vezes caminham juntas. Em diversos momentos, a melodia é feita para a voz de alguém e, assim, melodia, letra e voz possuem sua própria trajetória. Quando vejo essa enxurrada de filmes documentais sobre canções, falando dos Titãs, dos Secos e Molhados, Festivais e por aí vai, a cada vez que saio do cinema ou dos momentos de assistir, fico maravilhado com a série de histórias que acompanham uma simples canção. Quando ouço as músicas novamente, é como se fossem novas melodias, novas letras e uma nova voz perpassando aqueles poucos minutos que sempre me tocaram. Vale muito procurar saber informações sobre músicas importantes para a nossa vida ou apenas gostosas de serem ouvidas. Recomendo que se procure faltar o mínimo possível essas salas de cinema sobre cantores, cantantes ou épocas musicais, pois as melodias, letras e vozes ficam ainda mais enriquecidas pela história que contextualiza tais momentos.
domingo, 20 de novembro de 2011
Sobre o filme "O primeiro mentiroso"
Melhor do que aquela proposta ridícula do filme "O Mentiroso", com Jim Carrey, é a proposta do filme "O Primeiro Mentiroso", em que toda a sociedade fala a verdade e aparece um cara que mente pela primeira vez. Primeiramente o filme mostra algumas facetas do povo estadunidense, como o racismo, o autoritarismo e a sociedade focada na estérica.
Lógico que o cara mente a primeira vez por dinheiro e é por dinheiro, também, que ele continua mentindo. Tem um momento bacana em que ele começa a consertar as coisas apenas falando mentiras, demonstrando o quanto a palavra pode mudar alguma coisa ou ao menos do quanto a felicidade da nossa sociedade é pautada em mentiras, bem como as verdades são coisas que tornam a vida em comunidade chata.
Mensagem obscura, de certa forma. A história começa a ser reescrita a partir da mentira, palavra sequer inexistente no vocabulário da população, e ninguém teria recursos pessoais para contestar isso. Mark, o personagem principal que mente pela primeira vez, é um escritor de roteiro para filmes que, nesta realidade, não conta nada além da verdade. Assim ele muda a história colocando-o como centro histórico, ficando rico e famoso.
Logicamente que há uma lição de moral. A deste filme é que a mentira o torna poderoso mas ele não consegue, com isso, o amor da mulher que deseja, tampouco salvar a vida de sua mãe, embora a convença de que a morte é algo melhor do que a vida, fazendo-a partir feliz. Este é um ponto de virada do filme, pois as pessoas que o ouvem falar isso para a sua mãe espalham que ele sabe o que acontece após a morte, e surge o princípio de uma religião... na mentira.
Curti a idéia da igreja toda branca sem sinal de uma religião específica, mas esse é o cenário do final absoluto do filme, e, assim, prefiro que quem tenha interesse veja. Vale a pena.
Ficha Técnica
Título: O Primeiro Mentiroso (The Invention of Lying)
Direção: Ricky Gervais e Matthew Robinson
Roteiro: Ricky Gervais e Matthew Robinson
Elenco: Ricky Vervais, Jennifer Garner, Rob Lowe, Jonah Hill, Jeffrey Tambor
Produção: Warner Bro. Pictures, Radar Pictures
Distribuição: Universal Home Entertainment
País: EUA
Ano: 2009
Sobre o filme "Cinema, aspirinas e urubus"
Antes de mais nada achei o tema do filme fantástico. Em verdade, nada de novo. Tenho certeza que o roteirista se inspirou muito no filme "No decurso do tempo", de Win Wenders. Mas o cenário brasileiro, claro, dá uma repaginada em qualquer estória.
Alias, até o alemão no volante remete ao filme de Wenders, mas a presença nordestina transforma a narrativa. O fato de um germânico vender aspirinas no interiorzão do país através de filmes cinematográficos tirando literalmente de quem não tem para dar a deus sabe se lá para quem, é qualquer coisa fora de série. Roteiro boníssimo, como aliás é o forte das boas obras brasileiras, fazendo-nos sentar para acompanharmos realmente uma história.
Eu diria, vejam os dois. Por uma questão de opção, Win Wenders fez o filme dele, em 1973, em preto e branco, cor que, aliás, caiu muito bem no sertão nordestino de Glauber. Todavia, teve muita crueza no file das aspirinas também, e beleza e diálogos ótimos e ainda mais uma maneira de se ver a vida diante da morte. Bacana demais.
Sobre o filme "Sem Destino"
Um filme legal. Bem feito, bem filmado, com locações ótimas e paisagens fantásticas. Porém absurdamente americanóide. A analogia do motoqueiro como um vaqueiro moderno, portanto da moto enquanto um cavalo motorizado, é realizada a todo instante. Símbolos americanos como a própria bandeira dos EUA, são uma constante.
A moto representa aventura, desprendimento, independência. O período hippie está bem retratado, representando a juventude de uma certa época, com suas drogas e alucinações, algo não muito comum nos filmes estadunidenses. As comunidades alternativas também estão presentes, bem como um outro lado do povo norte-americano, ao invés de desconfiados e mortais, acolhedores e amigáveis.
Talvez o bacana desse filme consista, para mim, mais nesse "lado B" dos estadunidenses do que em toda a aventura em que o filme se passa. Os atores principais conseguem passar um ar realmente desencanados através dos personagens Billy e Wyatt, para as coisas que os cercam e a trilha sonora, como uma par de clássicos holywoodianos, é uma maravilha, a exceção, por mera questão de gosto, dos countries americanóides demais. Mulheres lindas e salve Peter Fonda.
Importante destacar a importância deste filme como a afirmação da moto enquanto um estilo de vida. Claro que o filme não cria tal estilo, mas ao representá-lo, o reafirma. Os diálogos são bem soltos e crus dentro do que holywood permite, e a paisagem passando na velocidade das motos enquanto uma canção rola é tocante. Também umas câmeras bem alternativas filmando "aleatoriamente" dão um tom lúdico (ou junkie) à estória.
Tem também um certo lado de crítica da cultura estadunidense. Serem presos por desfilarem sem autorização, os subornos policiais e a presença do racismo cultural deste povo, os americanos tacanhas e provincianos do interior. O final ultra anti-americano para a época é chocante. O americanóide mais porreta que tem.
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